RÉPTEIS DA CAATINGA
25/11/2020 às 13h01
Conhecer para preservar! Esse é o slogan do Museu Vivo Répteis da Caatinga, situado em Puxinanã, e local escolhido pela equipe de Biologia do Ensino Médio para transmissão ao vivo da aula remota. Os alunos da 2ª série fizeram um passeio pelo lugar sem precisar sair de casa. “A aula teve como objetivo abordar a diversidade animal do grupo de répteis, mais especialmente os escamados. Houve uma brilhante participação dos estudantes com muitas perguntas e interações, um momento importante para esclarecer e desmistificar os fatos negativos tão associados às serpentes, por exemplo”, disse o professor Rafael Bezerra, que foi o idealizador do encontro.
Os alunos rememoraram as características gerais dos cordados, representados pelos peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. O professor Flávio Lemos veio como convidado especial para essa aula memorável. Ele começou mostrando uma iguana e encerrou com uma cobra enrolada no pescoço, superando o medo que sente pelas serpentes. “Foi um momento não só de contextualização do conteúdo, mas também de imersão dessas turmas como preparação para a 3ª série. Aguçamos o pensamento científico, crítico e criativo, que são competências da BNCC”, reforçou Flávio.
No Museu Vivo Répteis da Caatinga, fundado há 18 anos, existem cerca de 400 répteis. O local é registrado na categoria de zoológico de iniciativa privada e devidamente autorizado para manejo da fauna silvestre, com biólogo e veterinário contratados para dar assistência aos animais. Em exposição, podemos encontrar espécies do bioma caatinga, da mata atlântica, do serrado e até animais de fora do Brasil. Alguns chegam a reproduzir em cativeiro, a exemplo da Cobra Preta, que é imune ao veneno das serpentes.
Por mais de meia hora, quem esteve à frente do conteúdo de biologia foi o diretor e proprietário do Museu Vivo, Silvaney de Medeiros Sousa. Uma rica partilha de quem defende o meio ambiente e educa muitas pessoas para a necessidade da preservação da fauna silvestre. Ele até já foi atacado por uma cascavel no local de trabalho e entrou em coma; chegou a passar 5 dias na UTI. E fez questão de lembrar que, geralmente, “os acidentes ocorrem quando as pessoas tentam manejar o animal ou pisam de maneira despercebida, mas, normalmente, as cobras fogem dos humanos”. Além de desmistificar fatos sobre as cobras, ele mostrou a aplicabilidade do veneno das serpentes, usado da indústria farmacológica, a exemplo de remédio para controle da pressão arterial, é base para produção de cola cirúrgica, compõe itens cosméticos e, claro, é utilizado no soro antiofídico.
A aula também ensinou os alunos a identificarem as serpentes peçonhentas, especialmente as que habitam o Estado da Paraíba: a surucucu, a cascavel, a cobra coral e a jararaca. As duas últimas foram exibidas ao vivo, para a alegria das turmas, e com todo cuidado necessário para evitar acidentes. “A experiência da aula foi a melhor possível, principalmente, tendo os alunos como protagonistas do processo de aquisição do conhecimento com muitos questionamentos”, reforçou Flávio Lemos. Fala que foi arrematada pelo professor Inácio Neto, que ficou responsável pela mediação dos alunos no chat ao vivo. “Os alunos gostaram demais, inclusive, eu fiquei com eles após a aula e me disseram que foi uma das melhores aulas, senão, a melhor aula do ensino remoto. Isso é muito gratificante, eles aprenderam muito e viram um assunto que nós passaríamos duas ou três aulas falando. ”
Em tempo, vale a seguinte orientação. Caso você se depare com um animal silvestre, não tente tocá-lo. Ligue para a Polícia Ambiental no número 190 ou acione o Corpo de Bombeiros através do 193. A missão de preservar as espécies é de todos