DEBATE REGRADO

        Você já ouviu falar sobre a “cultura do cancelamento”? Esse é um movimento mais comum do que se imagina, com atuação, sobretudo, nas redes sociais. Ele funciona da seguinte forma: um usuário de mídias sociais registra em vídeo ou fotos algum comportamento que julga ser errado por parte de outro usuário e posta na própria conta. Depois, ele marca o arroba de autoridades, empresas e até influenciadores digitais que podem abraçar o “movimento de revolta” e, em questão de minutos, o post pode ser replicado de forma exponencial. Está feito o julgamento público! Isto é válido ou não? É uma atitude que exercita as boas práticas ou não?

        Foi com base nestes dilemas que os alunos do 9º ano do CIC Damas escolheram o tema para o debate regrado, realizado durante uma aula remota da disciplina de Língua Portuguesa. A professora Micaela Sá foi a mediadora; os alunos fizeram pesquisas, produziram o conteúdo e os argumentos, que foram expostos em sala. A função social do debate na escola é inestimável, uma vez que coloca em pauta os princípios da convivência humana e a disseminação de valores.

        Cada turma debateu a “política do cancelamento” por quase uma hora, o suficiente para deixar bons frutos. “Eu fiquei na plateia fazendo perguntas e escutando os debatedores. Achei muito legal porque era um tema que eu não tinha uma opinião formada a respeito. Me ajudou muito a compreender”, disse a aluna Thuanny Kysia, do 9º ano. “Com esse debate eu consegui perceber os dois lados da cultura do cancelamento”, completou Maria Laura Alves, que também é aluna do CIC Damas.

        O debate gerou uma rica troca de referências e posicionamentos, “serviu para que todos nós pudéssemos exercitar o poder de argumentação, para defender o próprio ponto de vista”, concluiu um dos debatedores Naasson Luna. Segundo a professora Micaela Sá, “os alunos amaram! Eles gostam dos temas polêmicos e quando a gente consegue incluir no contexto de sala de aula eles se empolgam”.