AQUISIÇÃO DA LÍNGUA ESCRITA

29/10/2020 às 08h35

        Chegamos na turma presencial do Infantil V e encontramos alunos concentrados escrevendo. O estímulo à escrita foi após a leitura em sala – e com a ajuda das professoras – do livro a A banana, escrito por Mary França e Eliardo França. A partir da história do ratinho contada nessa literatura, os alunos interpretaram o texto e rememoraram o que tinham escutado. Cada um, do seu jeito, colocou no papel os nomes das frutas e dos personagens; e saíram listas com escritas muito interessantes. “A partir do livro, trabalhamos com eles a consciência fonológica, silábica e a construção de palavras. Utilizamos o alfabeto móvel de uso individual e seguimos para a escrita no papel”, explicou a professora Joelma Freitas.

        A alfabetização é um processo que permeia toda a Educação Infantil e as séries iniciais do Ensino Fundamental. É um trabalho em conjunto: alfabetização e letramento; no qual são oferecidas práticas como produções coletivas e individuais, leituras diárias, textos lacunados e tantas outras para que as crianças aprendam com significado e entendam a importância desse aprendizado. “O sistema alfabético é algo muito complexo. Então, não é fácil para a criança desenvolver as habilidades para ter esse domínio linguístico. É aí onde entra o letramento, que é quando essa escrita e essa leitura têm uma função social de informar e comunicar com um significado”, reforçou a professora Raquel Canejo.

        E nesse processo de aquisição das habilidades para aprender a ler e a escrever, é preciso usar a criatividade. Entram em jogo o estudo das rimas, parlendas, contos e gibis. “O objetivo principal era fazer com que as crianças compreendessem os sons das palavras, identificassem aqueles que são iguais e tivessem mais facilidade para perceber as palavras que faltavam ser escritas”, disse a professora Diana Mendes, do Infantil IV. “Essas propostas cheias de criatividade fazem com que as crianças avancem de níveis, chegando ao alfabético. Sempre de forma contextualizada, lúdica e significativa”, falou a professora Irinete Lucena. Mas quando a criança estará alfabetizada? “Quando ela já tem a autonomia de escrever sozinha, segmentando as palavras, compreendendo a função social da escrita mesmo que não esteja escrevendo da forma correta ortograficamente”, completou.

        Claro que o ensino remoto deu novo sentido ao processo de aprendizagem. “Posso afirmar que presenciei a fase de alfabetização de minha filha, processo de extrema relevância e significado, da forma mais inesperada possível, dentro de minha própria casa”, falou em tom de gratidão Camila Borborema, mãe de Júlia, aluna do 2° ano. “As famílias se tornaram os grandes incentivadores, apresentando gêneros textuais, acompanhando o processo de escrita e leitura de perto”, reforçou a professora Renata Oliveira. “O apoio familiar quando é aliado a práticas motivadoras funciona como um auxílio intenso, o que é indispensável na vida escolar e até social do aluno”, explicou Raquel Simone, professora no 3º ano. “Não podemos esperar apenas dos professores, temos que estar juntos em busca do mesmo objetivo, um ajudando o outro”, reforçou Raquel Costa, mãe de Gwyneth Lorena, também do 2° ano.

        Nessa linda caminhada, algumas atitudes na mediação fazem a diferença, como deixou claro Raquel Canejo. “Sempre, a todo momento, ir elogiando, corrigir com empatia lembrando do grande esforço que a criança faz para avançar nesse processo. E tem que ser respeitado o tempo de cada um. Não há nada mais fantástico do que acompanhar o avanço na escrita e na leitura”, concluiu Raquel, lembrando que ninguém nasce sabendo e que a aprendizagem merece ser olhada com ternura.

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